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terça-feira, 27 de agosto de 2013

Quem vai salvar a NEXTEL ???


por: Afonso Bazolli
em: Notícias
fonte: Istoé Dinheiro
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A operadora de telefonia ainda vive no tempo do 2G, enquanto seus concorrentes adotam o 4G. Resultado: uma crise que não parece ter fim
Por: Carlos Eduardo VALIM
A vida do indiano Gokul Hemmady, executivo-chefe de operações da americana NII Holdings, não tem sido fácil desde a demissão do mineiro Sérgio Chaia da presidência da sua controlada Nextel Brasil, em novembro de 2012. O executivo asiático recebeu a incumbência de colocar nos trilhos a operadora de telefonia brasileira, mas depois de oito meses no comando ainda não conseguiu produzir resultados. No período, a empresa sofreu uma forte perda de clientes. Do terceiro trimestre de 2012 a julho deste ano, o número de linhas em funcionamento de sua tecnologia de rádio caiu 10,6%, para 3,7 milhões.
Ao mesmo tempo, o número de reclamações explodiu: foram feitas 2.619 queixas à Anatel no primeiro trimestre, uma alta de 230% em comparação com o mesmo período de 2011. Tudo isso se refletiu nos resultados da NII, que viu o seu prejuízo aumentar 282%, no segundo trimestre deste ano, em relação a 2012, para US$ 396 milhões. Os investidores foram implacáveis, e as ações da holding valem agora 84% menos do que há dois anos. A demora da companhia em reagir pode ser explicada pelos obstáculos que Hemmady encontrou pela frente. Ele percebeu que, antes de partir para tentar recuperar o espaço perdido, precisava reavaliar os projetos tocados por seu antecessor.
Uma das mais importantes decisões do novo presidente foi reintegrar à empresa tarefas que haviam sido terceirizadas. A estratégia de passar para fornecedores algumas atividades era um direcionamento pedido pela NII, mas no Brasil as consequências foram catastróficas. A gestão da área de engenharia de rede, por exemplo, foi transferida para a Nokia Solutions and Networks (NSN), antiga Nokia Siemens, e, os sistemas de tecnologia, para a Accenture. A quase totalidade dos 350 funcionários do time de engenharia acabou terceirizada, sobrando cerca de 20 pessoas contratadas pela Nextel.

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O resultado foi um engessamento da companhia, que deixou de conseguir respostas rápidas, ao avanço da concorrência – que começou a oferecer serviços de voz ilimitados, exatamente o diferencial da tecnologia de rádio, no padrão iDen, da Nextel. Atividades simples, como criar descontos e planos especiais para os maiores e mais lucrativos clientes corporativos, se tornaram um estorvo. Se a Nextel quisesse praticar descontos especiais, precisaria se entender com os fornecedores. E ouvia do parceiro que isso não constava no contrato de terceirização e que a solução seria pagar tarifas adicionais de serviços ou realizar novos investimentos.
“Ficou difícil para a empresa saber se o novo preço proposto pelo fornecedor fazia sentido, porque as pessoas que tinham o conhecimento técnico para arbitrar o valor tinham sido terceirizadas”, diz uma fonte que participou do processo de reavaliação das terceirizações da Nextel. Hemmady tentou desfazer o contrato com a NSN, mas a alta multa por quebra de contrato fez com que decidisse mantê-la como fornecedora até o término do acordo, no final deste ano. Por outro lado, a migração para a tecnologia 3G, que seria uma de suas tábuas de salvação, também está sendo problemática. Um dos motivos para a queda de Chaia foi o atraso no projeto de instalação da rede de 3G, pelo qual o Nextel pagou R$ 1,2 bilhão em licenças de operação, em 2010, e esperava lançar ainda no primeiro semestre de 2012.
O problema é que o lançamento acabou ocorrendo de forma limitada, em São Paulo, com um retardamento de seis meses, às vésperas do Natal, época em que as grandes operadoras já preparavam os seus primeiros passos com os serviços 4G. Outro obstáculo para Hemmedy é que, para atrair os clientes de 3G, a empresa precisará abrir mão da rentabilidade. “O problema é que os aparelhos que combinam iDen e 3G da Nextel são feitos apenas pela Motorola e não têm grande escala mundial”, diz Eduardo Tude, fundador da consultoria paulista Teleco. Ou seja, para ser competitiva, a companhia precisará subsidiar os preços dos telefones, prejudicando os resultados financeiros da NII, o que deverá desa­gradar ainda mais aos acionistas.

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